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sexta-feira, 25 de julho de 2008

BCP pediu mais mil milhões a Trichet (BCE )


Banco triplicou o recurso aos fundos do Banco Central Europeu para se financiar.

O BCP pediu mais de mil milhões de euros de financiamento ao Banco Central Europeu (BCE) desde o rebentar da crise financeira, no Verão do ano passado, que veio travar e encarecer o custo de financiamento da banca junto no mercado interbancário.

Os números do primeiro semestre do banco, conhecidos esta semana, mostram que, no final do primeiro semestre de 2007, o balanço consolidado do BCP registava cerca de 526,8 milhões de euros na rubrica “depósitos de bancos centrais”, valor que subiu para 1,564 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano.

Este é, de resto, o valor mais elevado alguma vez registado pelo banco, a julgar pelas contas disponíveis, que remontam ao exercício de 1999.

Tendo sido o BCP a instituição que estreou a ronda de resultados semestrais da banca portuguesa, estes números são sintomáticos dos impactos do ‘subprime’ na capacidade de financiamento do sector. A instituição liderada por Santos Ferreira não terá sido, de resto, a única a reforçar o recurso ao BCE, via Banco de Portugal. Os números que a banca divulga agora, relativos ao primeiro semestre, deverão tornar visível a evolução do balanço das instituições precisamente a partir do momento em que a crise despontou, no Verão de 2007.

A crise financeira trouxe uma dificuldade quase sem precedentes na capacidade e preço a que a banca se financia. Depois dos depósitos de clientes, o mercado interbancário tem sido uma fonte essencial de financiamento dos bancos. Só que a subida vertiginosa das taxas de juro e a enorme desconfiança dentro do sector surgida com o ‘subprime’ encareceu fortemente os custos. A banca, em Portugal como no resto da Europa, voltou-se para os depósitos, subindo as remunerações oferecidas, e para outros instrumentos de financiamento.

Aliás, os números do BCP mostram essa clara redução do recurso ao mercado interbancário. No final do primeiro semestre, o saldo da rubrica “depósitos de outras instituições de crédito” era de pouco mais de 8,2 mil milhões de euros, menos 21% face a igual período de 2007. O valor mais baixo, pelo menos, desde 1999.

O saldo líquido do banco (empréstimos concedidos face a créditos contraídos no mercado interbancário) foi negativo, de mais de 7,5 mil milhões. Um factor que, à semelhança do que está a acontecer com outros bancos, penalizou a margem financeira, devido às taxas de juro elevadas. Já quanto à situação face aos bancos centrais, o BCP detém uma posição líquida positiva de cerca de 387,1 milhões. Isto tendo em conta os 1,95 mil milhões de “caixa e disponibilidades em bancos centrais”, correspondentes às reservas mínimas face ao volume de depósitos obrigatórias na Zona Euro.

As injecções de liquidez feitas pelo BCE estão a ser aproveitadas pela banca, já que são uma forma de financiamento, regra geral, bem mais barata do que os depósitos ou o mercado interbancário. Esta política do BCE revelou-se, de resto, preciosa para vários bancos na Europa que viram fechados ou encarecidos os seus canais tradicionais de financiamento.

Na banca portuguesa, os últimos números do Banco de Portugal revelam que o volume global de “cedência de liquidez” do banco central a instituições financeiras passou de 234 milhões de euros, em Junho de 2007, para 2.516 milhões de euros em Junho deste ano
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DEVE-SE LUTAR SEMPRE PELA VERDADE NO BCP....................... "A crise aperta, a crise é forte, a crise é farta, mas algumas instituições bancárias acharam que o melhor era enterrar ainda mais os endividados na lama". Pedro Ivo Carvalho, "Jornal de Notícias", 28-11-2009